Mapa Tátil Acessível

Projeto realizado na 4º edição Makeathon de Tecnologia Assistiva do Makerspace da Casa Thomas Jefferson, com apoio da embaixada dos Estados Unidos da América, em parceria com o CIL - Centro Interescolar de Línguas.

Facilitador: Gabriel Rodrigues Pacheco

Alunos: José Aurélio Oliveira Araponga; Thalyta Helena Abreu Maués; Victor de Sousa Alencar; Mateus de Araujo Gomes.

O projeto consiste em um mapa Tátil da estrutura física do CIL 2 localizado na asa norte, Brasília. Por mais que o projeto tenha sido desenvolvido para essa escola em específico, a tecnologia e a técnica de fabricação podem ser aplicadas para esse conjunto de soluções, podendo seu desenho ser adaptado à realidade de outros espaços. Nesse documento iremos encontrar instruções e dicas para recriação deste projeto para outros ambientes.

O desenvolvimento teve início com o objetivo de ajudar a locomoção e a independência das pessoas cegas e com baixa visão que frequentam o CIL 2 de Brasília. Para enfrentar esse problema, o Mapa Tátil se mostrou uma alternativa promissora. Para diferenciar os diversos tipos de salas, utilizamos texturas e gravações diferentes, como listras para salas e círculos para os banheiros, tornando o mapa sensível ao toque da mão. Esses padrões podem ser comparados com uma legenda, que também pode ser lida em braille, associando o mapa ao nome de cada ambiente. 

O mapa foi feito em acrílico utilizando a técnica de corte a laser e passou por sucessivos testes com deficientes visuais, validando a ideia e orientando no desenvolvimento do produto final.

Materiais utilizados

O desenvolvimento desse projeto contou com os seguintes materiais, podendo esses serem adaptados para os disponíveis:

• Chapa de acrílico transparente de 9mm
• Computador com programa de edição de arte vetorial
• Vinil colorido
• lixa fina
• Estilete
• Tesoura
• Álcool
• Papel toalha
• Máquina de corte a laser

As texturas adotadas foram testadas junto a um pequeno grupo de deficientes visuais, entretanto nem todos devem ser capazes de diferenciar os padrões utilizados. Esses padrões podem ser remanejados, nos testes padrões com mais profundidade se mostraram mais eficientes.

Para facilitar e agilizar a produção do braille ele foi produzido por meio do próprio corte a laser. Ele foi feito usando o programa Illustrator, para isso realizamos a instalação prévia da fonte de braille (https://www.dafont.com/pt/braille.font), então criamos o texto no programa e colocamos ele com tamanho aproximado de 18pt. Então, para prepará-lo para corte, criamos um quadrado ao redor dele, tal quadrado será nossa área de rasterização.

Em seguida, definimos o texto como contorno e realizamos a subtração dele do retângulo, fazendo assim com que a máquina desgaste a área ao redor dos “pontos” e mantenha-os elevados em relação ao resto. O retângulo em si não pode ser muito rente aos pontos para facilitar a leitura pelo tato e nem muito raso.

O primeiro passo foi a confecção do arquivo a ser cortado, cada máquina solicita um padrão específico. No nosso caso o desenho foi feito usando o Adobe Illustrator 2023 e exportado em DXF. Cada cor utilizada representa um tipo de trabalho, assim como descrito acima.

Nesse momento separamos a chapa de acílico a ser cortada e ajustamos a cortadora a laser. Também é importante realizar as configurações do desenho no programa utilizado para corte e calibrações como foco do laser e posicionamento do ponto de origem. Com todas as calibrações prontas, podemos partir para confecção da peça.

Ao término do processo é comum que a peça esteja coberta com um pó, com auxílio de um pano e uma escova pequena realizamos a sua remoção deixando a peça limpa

Com o objetivo de melhorar o aspecto da área rasterizada pela máquina, realizamos a aplicação de uma fina camada de verniz fosco em spray na peça. Esse passo é opcional. É importante deixar o verniz secar bem antes de prosseguir para a próxima etapa.

Finalmente realizamos a remoção do plástico protetor da parte de trás da peça. Após a remoção usamos papel toalha e álcool para sua limpeza. É muito importante nessa parte remover todas as impurezas da superfície.

Com muito cuidado para não deixar bolhas, é feita a aplicação do vinil na parte traseira da peça, a cor do vinil fica à escolha do projetista, mas recomendamos cores escuras como preto ou azul escuro. Após a aplicação o excesso do vinil pode ser aparado com auxílio de um estilete e seus cantos lixados suavemente para que não se soltem facilmente. Ao lixar é importante manter um ângulo de 45° em relação a peça e fazer no sentido de trás para frente da mesma.

Como finalização temos a remoção do restante do plástico protetor da chapa de acrílico. Para isso podemos usar um estilete.